As empresas Roboeduc e LogAp, incubadas na Inova Metrópole do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), foram graduadas neste mês de janeiro. As duas empresas participam do processo de incubação desde 2014 e, após 3 anos de desenvolvimento, alcançaram o objetivo almejado. A Roboeduc trabalha com educação para crianças e adolescentes através da robótica; a LogAp, por sua vez, com análise e monitoramento de dados.
Chegar ao momento da graduação significa, para esses empreendedores, o alcance do êxito nos cinco eixos de negócios avaliados pela Inova: o empreendedor, a tecnologia, o capital, o mercado e a gestão, o que os tornam aptos a trabalhar com autonomia.
Para explicar o processo, Raquel Maciel, gerente operacional da Inova, afirma que as empresas entram por meio de editais e precisam, basicamente, ter uma ideia na área de tecnologia e inovação. “Quando elas entram, fazemos um diagnóstico, analisando os cinco eixos do negócio e, a partir disso, fazemos um planejamento das ações que a empresa desenvolverá no período que estará conosco. A incubação dura até três anos. São dois anos prorrogáveis por mais um ano”, explicou.
Ferramenta pedagógica
A proposta da Roboeduc é utilizar a robótica como ferramenta pedagógica para ensinar crianças e adolescentes de 3 a 18 anos a entender programação e resolver questões de diversas disciplinas, as quais sentem mais dificuldades em seus conteúdos. “Nosso diferencial inovador é a metodologia, de modo a contribuir para a evolução da criança dentro de sala, por meio de aulas de robótica com duração de 3 horas, nas quais ela aprende a raciocinar, pensar sozinha, trabalhar em equipe, e também aprende a disciplina com a qual tem dificuldade no colégio. Podemos aplicar matemática, português, história, geografia, de acordo com o nível da criança”, esclareceu o sócio-gerente comercial, Gabriel Garcia. Segundo ele, a Roboeduc, que funciona desde 2008 como empresa, é a primeira escola de robótica e computação do Nordeste.
No entanto, a sua história começa um pouco antes, em 2006, quando surgiu como um projeto de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, idealizado pelos professores Aquiles Burlamaqui e Akynara Aglaé, que tinham a proposta de unir pedagogia e robótica. Ele pesquisava robótica e tecnologia, ela é da área de pedagogia, então, resolveram se unir e tornaram-se sócios fundadores da empresa.
Através das pesquisas, eles perceberam que a robótica poderia trazer um reflexo positivo na educação das crianças. Fizeram o projeto, testaram na UFRN e em alguns colégios, validaram a ideia e notaram que havia chance de se desenvolver enquanto empresa. Assim, em 2008, entraram no primeiro processo de incubação na NATA, a primeira incubadora da UFRN, permanecendo até 2010.
Em 2014, a Roboeduc entra na incubadora Inova e começa a ganhar notoriedade em Natal. “Vimos na Inova uma oportunidade de crescimento. Uma incubadora organizada para ajudar as empresas e, o principal, incentivar o ambiente colaborativo e empreendedor, onde todos trabalham para crescerem juntos, um pensando em como fazer a empresa do outro melhorar. O ambiente colaborativo é o ponto mais forte da Inova. Nós, por exemplo, éramos fortes na metodologia, mas precisávamos melhorar estruturalmente, organizacionalmente, na parte financeira, em estudo de mercado, precisávamos de alguém que nos ensinasse a vender melhor, e a Inova veio para nos fazer crescer bastante”, completou Gabriel.
Monitorando dados
Promover o ambiente colaborativo e ensinar aos empreendedores a gerenciar e colocar sua ideia em prática são os pontos principais da incubadora Inova Metrópole, citados pelos empreendedores da LogAp, empresa também graduada em janeiro.
Conforme o diretor executivo da empresa, Edson Jackson, “um dos principais aspectos que a Inova auxiliou a LogAp foi do ponto de vista de gestão. Nós, como técnicos, não tínhamos visão do processo que envolve gerenciar uma empresa. O financeiro, negócios, estrutural, o empreender e vender, isso nós não tínhamos. Pensamos que iríamos fazer o produto e iria dar tudo certo, mas é bem mais complexo. A Inova nos ensinou isso, assim como o ecossistema que a incubadora possibilita, o convívio com outras empresas mais experientes. Aos poucos fomos melhorando e o melhor ainda está por vir nesses próximos dois anos”, finalizou.
A LogAp foi fundada no final de 2013, a partir de um projeto criado durante a graduação do curso na área de Tecnologia da Informação, pelos alunos Edson, Danilo, Joilson e Anderson. Eles criaram um projeto de sistema de monitoramento voltado para a área de produção e resolveram se dedicar à ideia. Como explica Edson, “na época estava sendo lançado um edital pela Inova e a gente decidiu participar. Já tínhamos um protótipo do produto, mas ele ainda não estava pronto. Estava em consolidação, mas conseguimos passar no edital e em 2014 entramos. No início eram quatro engenheiros de computação, uma equipe bem técnica, hoje somos três, pois Anderson saiu”.
Edson também explica qual o serviço oferecido pela empresa hoje: “A LogAp oferece o serviço de sistemas na área de gestão, sistemas específicos para cada tipo de negócio, customizáveis, um sistema adaptado à realidade da empresa e produtos em diversas áreas: monitoramento da produção de petróleo e energia eólica, também na área de gestão de projeto e pesquisas clínicas”.
No que diz respeito ao futuro, as duas empresas, agora graduadas, estão com expectativa de crescimento. Na LogAp, a perspectiva é de no mínimo 6 vezes: “Este ano, nossa perspectiva de crescimento em relação ao ano passado é de mais de 6 vezes, tem 90% de chance de acontecer, e para o próximo ano queremos crescer pelo menos o dobro em relação a este”. Explica Edson.
Para a Roboeduc a expectativa é lotar a nova sede, inaugurada em dezembro de 2016, como conta Gabriel Garcia: “A Inova foi um grande divisor de águas para nós, muito mais no ano de 2016. Graças à Inova, fechamos uma parceria para estar com uma loja no Natal Shopping e, por estar em um shopping com grande circulação de pessoas e bem perto do público que nós queremos alcançar, ganhamos visibilidade em Natal e apareceram muitos investidores que apostaram na nossa ideia. Então, em dezembro, conseguimos inaugurar nossa sede, que ainda está com cheiro de nova. A ideia agora é fazer com que a sede funcione em sua capacidade operacional total. Antes tínhamos 6 salas que quando lotadas atendiam 120, 150 alunos. Agora podemos atender até 1.200 alunos na sede. Esse é nosso desafio”.