Por Vinicius Castro

Promover o ambiente colaborativo e ensinar os empreendedores a gerenciar e colocar sua ideia em prática são os principais pontos citados pelos empreendedores no que diz respeito à incubadora Inova Metrópole. De uma dessas ideias surgiu a Logap Sistemas, focada no desenvolvimento de softwares customizáveis para monitoramento de dados na área industrial e clínica. A empresa, recém graduada pela Incubadora do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), vive um momento de decisão acerca de qual caminho seguirá quanto ao futuro dos seus negócios.

A Logap foi fundada no final de 2013, a partir de um projeto de sistema de monitoramento voltado para a área de produção, criado pelos alunos Edson, Danilo, Joilson e Anderson durante a graduação em Tecnologia da Informação. Eles viram no projeto uma chance no mercado e resolveram se dedicar à ideia, como explica Edson Jackson, CEO da empresa: “Na época, estava sendo lançado um edital pela Inova e decidimos participar. Já tínhamos um protótipo do produto, ele ainda não estava pronto, mas conseguimos passar no edital e em 2014 entramos. No início, eram quatro engenheiros de computação, uma equipe bem técnica, hoje somos três, pois Anderson saiu”.   Hoje a empresa já está graduada e ocupa um espaço importante no mercado de negócios, disponibilizando serviços inovadores para o estado do Rio Grande do Norte, como sistema desenvolvido para pesquisas clínicas, que auxilia na gestão de testes fase 3 (momento em que os medicamentos são testados e as reações anotadas para a produção da bula), por meio dos quais as pessoas são acompanhadas por até 5 anos. Até então o acompanhamento é realizado por planilhas, no entanto a LogAp pretende revolucionar esse serviço, como conta Edson: “As clínicas que fazem esse tipo de serviço pegam uma parcela de pessoas, mais ou menos mil, aplicam o medicamento e precisam acompanhar o paciente, tudo via planilha, um processo lento, maçante. Imagina acompanhar mil pessoas via planilha!”, completou. A Logap também atua no IMD, colaborando na área de monitoramento energético fotoveicular do projeto Smart Cities (Cidades Inteligentes). Um dos principais aspectos destacados por Edson, e pela maior parte dos empreendedores, é o treinamento de gestão promovido na Incubação da Inova Metrópole: “Nós, como técnicos, não tínhamos visão do processo que envolve gerenciar uma empresa. O financeiro, negócios, estrutural, o empreender e vender, isso nós não tínhamos. Pensamos que iríamos fazer o produto e daria tudo certo, mas é bem mais complexo. A Inova nos ensinou isso, assim como o ecossistema que a incubadora possibilita, o convívio com outras empresas mais experientes. Aquele cafezinho que você toma conversando faz toda a diferença! Eu tenho certeza que, se eu não estivesse aqui, não teria durado nem seis meses no mercado. Aos poucos fomos melhorando em gestão, visão, e o melhor ainda está por vir nesses próximos dois anos”, finalizou. Em relação ao futuro da empresa, Edson pretende investir em menos projetos no intuito de focar os esforços em ideias mais sólidas, como um sistema de monitoramento para o aerogerador, que é a base da energia eólica, no intuito de otimizar o processo de produção. Assim como a maior parte dos grandes investidores, Edson permanece realista, mesmo com um crescimento sete vezes maior, em relação à 2016, podendo chegar a dez vezes até o fim do ano. Ele considera o futuro ainda incerto: “O futuro da Logap eu diria que é incerto. Há muita coisa a ser feita para que continuemos na linha de crescimento. É o momento de refletir sobre o que apostar, mas é um futuro otimista, acreditamos que vamos crescer cada vez mais”, completou. Ao ser questionado sobre qual dica daria a quem pretende abrir seu próprio negócio e investir em ideias inovadoras, Edson diz que “resiliência é a palavra para aqueles que desejam ser empreendedores”.