Pesquisa feita por Centro de Bioinformática do IMD e UFPA tem destaque internacional

Estudo realizou sequenciamento genético de espécie de peixe, contribuindo para sua preservação
11-10-2018 / ASCOM
Pesquisa BioME

Uma pesquisa feita em parceria entre o Centro de Bioinformática do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) está tendo destaque nacional e internacional. O trabalho consistiu no sequenciamento genético do peixe pirarucu - importante espécie do ponto de vista comercial e científico – e teve seus resultados descritos em artigo publicado neste mês no periódico Genome Biology and Evolution, da universidade de Oxford, além de ter sido tema de reportagem do jornal Folha de São Paulo.

O Centro Multiusuário de Bioinformática (Biome) – que abriga os cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação em Bioinformática (PPgBioinfo) – participou da pesquisa como responsável pela parte “computacional”, examinando e realizando todas as análises em bioinformática do estudo, realizado pelo professor Sandro José de Souza, coordenador do BioME, em colaboração com o professor Jorge Stefano Santana e do aluno de pós-graduação Pitágora Alves, egresso do Bacharelado em Tecnologia da Informação do IMD.

Coordenador do Biome, professor Sandro José de Souza (na foto) realizou o estudo em colaboração com o professor Jorge Stefano Santana e com o aluno de pós Pitágora Alves

Sobrevivência

Dotado de baixo conteúdo ósseo e pouco teor de gordura, o pirarucu tem sua sobrevivência ameaçada pelo interesse comercial que gera a consequente pesca excessiva na Amazônia, principal estado brasileiro onde é encontrado. Diante disso, sua comercialização só é permitida legalmente quando originária da criação em viveiros ou por meio de manejo participativo.

A partir desse contexto é possível observar a importância da pesquisa sobre seu sequenciamento genético. É que uma das maiores dificuldades para criação supervisionada dessa espécie é a complexidade em identificar a diferença entre machos e fêmeas, pois, segundo a leitura de cromossomos, pirarucus machos e fêmeas não possuem diferenças estruturais, do que resulta a dificuldade em sua seleção para procriação.

Testes

Segundo o professor Sandro, a pesquisa acerca do sequenciamento do genoma do peixe permite o desenvolvimento de testes genéticos que vão possibilitar a identificação de machos e fêmeas, facilitando assim os processos de sua criação em viveiros. “Quando se faz o sequenciamento genético, são produzidas cadeias de DNA. Tais cadeias precisam ser analisadas e processadas para se gerar uma sequência final, que é a sequência do genoma”, explica Sandro.

A partir da pesquisa foi possível identificar regiões do genoma pertencentes somente aos pirarucus machos, e outras partes exclusivas das fêmeas. Com essa identificação genética, também deverá ser viável a avaliação da saúde genética do pirarucu, além da identificação de quais peixes são originários de criadouros e quais provem da natureza, colaborando assim com a redução da pesca ilegal.

Confira neste LINK o artigo publicado no periódico científico Genome Biology and Evolution. Já neste endereço eletrônico pode ser conferida a matéria veiculada no jornal Folha de São Paulo.