Pelo segundo ano consecutivo, o Smart Metropolis – projeto do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) especializado em tecnologias para cidades inteligentes – foi premiado durante o Latin America Research Awards (Lara), competição tecnológica promovida pelo Google com diversos países da América Latina.

Na seleção, se inscreveram 679 propostas e apenas 25 receberam o prêmio – bolsa de apoio no valor de U$ 1,2 mil para o estudante e U$ 700 para o professor. Neste ano, a dupla a receber a premiação foi composta pelo pós-graduando Adelson Araújo Jr e o docente Nélio Cacho, vice coordenador do Smart Metropolis.

A pesquisa – intitulada “Em direção à interpretação e interação de sistemas de policiamento preditivo baseados em aprendizado de máquina” – trabalha o tema de segurança pública. Segundo Nélio Cacho, o estudo, operacionalizado por estudantes de graduação e pós-graduação, visa otimizar a atuação de algoritmos especializados na predição de crimes.

“Já temos um sistema que prevê, por exemplo, os locais que mais demandam policiamento urbano, utilizando índices georreferenciados de criminalidade. Agora, o desafio é fazer com que o algoritmo usado na ferramenta explique ao usuário como e porquê aquele indicador deve ser seguido”, explica Nélio Cacho.

O estudo premiado tem ligação com uma série de projetos do Smart, que visam contribuir com a segurança pública por meio de tecnologias inovadoras. Este ano, a Central de Atendimento e Despacho (CAD) – inciativa que permite integração automatizada de dados de sistemas de polícia – foi apresentado ao Governo Federal junto ao Ministério da Justiça.

Das pesquisas brasileiras vencedoras do Lara 2019, a do Smart Metropolis é a única que representa a região nordeste. Além da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), outras também foram contempladas, como as Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Minas Gerais (UFMG) e do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Lara

O Lara é uma iniciativa promovida pelo Google que há sete anos apoia o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à sociedade, contemplando áreas como agropecuária, saúde e segurança. Todos os anos, países da América Latina se inscrevem na seleção, composta por três fases – a última delas é conduzida por uma equipe de engenheiros da própria gigante de tecnologia.

Nesta edição de 2019, dentre as mais de 600 propostas inscritas, foram eleitas 15 do Brasil, cinco da Colômbia, duas da Argentina, duas do Chile e uma do Peru. Cada projeto receberá por 12 meses apoio econômico do Google para o desenvolvimento da proposta inovadora.

Para Nélio Cacho, a premiação comprova que as ações propostas pelo IMD acompanham as principais tendências mundiais em Tecnologia da Informação (TI).

“Não estamos fazendo pesquisas para serem arquivadas. Pelo contrário, em concordância com a proposta do Lara, o IMD tem desenvolvido soluções que são aplicadas na prática. Isso só demonstra que estamos acompanhando e estudando o que há de mais moderno, além de contribuir significativamente para toda a sociedade”, aponta o professor.