Pesquisa do IMD e DIMAp é premiada em importante evento de Inteligência Artificial
Artigo conquistou o segundo lugar, concorrendo com 90 trabalhos do Brasil e de outros países
29-10-2020 / ASCOM
Um artigo desenvolvido por pesquisadores, discente e docentes do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) junto ao Departamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp/UFRN) recebeu prêmio de segundo melhor artigo no Brazilian Conference on Intelligent Systems (Bracis 2020), importante conferência de Inteligência Artificial (IA) da América Latina, que aconteceu de forma remota entre os dias 20 e 23 de outubro.
Intitulado A Distance-Weighted Selection of Unlabelled Instances for Self-training and Co-training Semi-supervised Methods, o artigo foi realizado pelo doutorando Cephas Barreto e apresenta os atuais resultados de sua pesquisa, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação em Sistemas e Computação – PPgSC/DIMAp.
Sob a orientação dos professores Anne Magaly Canuto (DIMAp) e João Carlos Xavier-Júnior (IMD), o trabalho apresenta uma pesquisa de base sobre Aprendizado Semi-Supervisionado – subárea do campo de Aprendizado de Máquina – tipo de aprendizado no qual é realizada a classificação de dados em domínios com dados rotulados escassos.
Impacto da pesquisa
De forma prática, o doutorando explica que, atualmente, programas de computador são capazes de resolver problemas como, por exemplo, apontar se há uma pessoa em uma determinada imagem ou mesmo ajudar no diagnóstico de uma doença. Isso é feito utilizando dados para “treinar” o computador (a máquina), para que este possua conhecimento e resolva os problemas em questão.
Contudo, em muitos domínios, é difícil possuir dados preexistentes na quantidade necessária para se obter bons resultados. Nesse caso, o Aprendizado Semi-supervisionado se aplica a esse tipo de problema, em que o processo manual de rotulagem de dados é muito dispendioso, demorado, ou ambos.
O diagnóstico de doenças através de imagens é um exemplo de problema em que pode-se utilizar essa técnica, dado que é muito difícil ter uma grande quantidade de imagens rotuladas por especialistas.
“Como a pesquisa em questão está relacionada à melhoria do desempenho em tarefas de classificação para tais domínios, seus resultados podem contribuir com a melhoria dos resultados de classificação em problemas difíceis de resolver e com grande impacto social, como é o caso do diagnóstico de doenças através de imagens”, exemplifica o pesquisador.
Além dos pesquisadores citados, o artigo contou com a colaboração do discente de mestrado Arthur Gorgônio, também do PPgSC.
Colocação
Considerado o mais importante evento brasileiro sobre IA, o Bracis ocorre conjuntamente com outros quatro eventos menores e recebe trabalhos de todo o mundo. Este ano, foram submetidos 228 artigos, sendo selecionados apenas 91 para apresentação. Desse número, apenas seis foram classificados para concorrer ao prêmio de best paper, ou melhor artigo.
Para Cephas Barreto, a boa colocação no evento trata-se de uma conquista acadêmica muito importante, além do que, com a aprovação, é provável que sua pesquisa seja publicada em uma revista internacional de classificação A1 – qualificação mais elevada que um periódico científico pode receber.
“Além do peso emocional com a recompensa pelo esforço realizado no desenvolvimento da pesquisa e do artigo, há também o mérito de estar entre os melhores trabalhos de uma conferência com tamanho impacto e relevância em IA como o Bracis. Para se ter uma ideia, mesmo com anos participando e com diversos trabalhos publicados no Bracis, foi a primeira vez que meus orientadores concorreram ao prêmio de melhor artigo”, comenta.
Orientação
Egresso do Bacharelado em Tecnologia da Informação (BTI) e do mestrado em Engenharia de Software, ambos no IMD, Cephas Barreto relata que, da graduação ao doutorado, sempre contou com uma rede de apoio formada por seus professores orientadores, amigos e sua família, que o apoiaram para conseguir superar as dificuldades com sucesso.
“Procurei abraçar os estudos e, então, encontrei no prof. João Carlos um amigo que me acolheu e ajudou. Também tive a oportunidade de trabalhar de forma mais próxima, agora, com a professora Anne Magaly. Estar sendo orientado por pessoas tão especiais torna o caminho menos difícil”, menciona.