Psicóloga do IMD defende tese sobre desenvolvimento de jovens com altas habilidades em TI

Estudo desmistifica fenômeno e investiga realidade de jovens com superdotação
07-12-2021 / ASCOM
Talento Metrópole Pesquisa

Iniciativa que promove ensino para jovens com altas habilidades / superdotação, o Talento Metrópole foi palco para o estudo da mais nova tese de doutorado apresentada no âmbito do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN). Feita pela psicóloga Juliana Reis, a pesquisa revela, dentre outros pontos, que a superdotação não é determinada por status socioeconômico e deve ser desenvolvida por meio de aprendizado prático.

Fruto de uma série de pesquisas feitas junto a jovens com altas habilidades dos ensinos Fundamental e Médio oriundos das regiões metropolitanas de Natal e Pau dos Ferros (RN), a tese, defendida na última quinta-feira (2), é nomeada “Programa Talento Metrópole: Identificação e Desenvolvimento de Talentos em Tecnologia da Informação”.

O principal objetivo do estudo foi construir, implementar e avaliar um programa para identificação de Talentos em Tecnologia da Informação. Segundo a orientadora do estudo, a professora da UFRN Izabel Hazin, mais do que para a própria pesquisadora, essa tese representa ganho principalmente para o IMD.

“O Talento Metrópole traz consigo um desafio de base do Instituto, mapeado desde a sua concepção. Por isso, essa tese é um trabalho não apenas de Juliana, mas do próprio IMD, e é fruto de muitas mãos que trabalharam juntas”, comenta a docente.

Artigos

A tese foi estruturada em três artigos principais, que compõem os capítulos da pesquisa, e o primeiro teve como principal objetivo contribuir para o avanço de ações institucionais voltadas para o desenvolvimento do talento de jovens com Altas Habilidades.

Para isso, o trabalho propôs um modelo teórico-metodológico para a identificação e desenvolvimento de jovens com altas habilidades/superdotação, que resultou na concepção de um programa especializado que abrange a exploração de conhecimentos em TI (primeira etapa), desenvolvimento de habilidades técnicas por meio da inserção em disciplinas de graduação, oficinas e minicursos (segunda etapa) e incentivo à criação de pesquisas, inovação e empreendedorismo (terceira etapa).

Todo esse processo é permeado de ações de caráter lúdico e criativo, fator identificado como fundamental para o desenvolvimento dos alunos com altas habilidades, e teve sua implementação prática proposta, pela primeira vez, em 2015.

Em seguida, foi publicado um segundo artigo, intitulado “Novas Trajetórias de Desenvolvimento para Jovens com Altas Habilidades”. Dessa vez, o objetivo foi explorar experiências vividas por três jovens participantes do Programa Talento Metrópole, abordando histórias de vida e percepções segundo as perspectivas de vivência escolar, familiar e do programa em si.

Por fim, Juliana Reis conduziu a produção de um terceiro trabalho, que teve como principal intuito desmistificar o pensamento de que as altas habilidades/superdotação são fenômenos raros ou mesmo restritos aos níveis socioeconômicos mais altos.

Sobre esses aspectos, um dos principais achados da pesquisa defende que a classe social não é um fator determinante para o surgimento de altas habilidades e superdotação.
“A literatura mostra que esses fatores e condições socioeconômicas, contextos rurais ou culturais não são condições inibidoras de talentos. O que faz a diferença, na verdade, é o jovem estar inserido em um contexto social, escolar e familiar que estimule esses talentos”, esclarece Reis.

Banca

A tese de doutorado foi defendida frente a banca composta pelos docentes Dennys Leite (UFRN) e Jorge Falcão (UFRN), além das examinadoras externas Tatiana Riechi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Taciana Falcão, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A tese também recebeu coorientação do professor Charles Madeira (UFRN).

A apresentação on-line, que aconteceu via Google Meet no período da manhã, foi assistida pelo diretor do IMD, professor Ivonildo Rêgo, e por professores, discentes e colaboradores do Instituto, que prestigiaram a pesquisadora pela conclusão de mais uma etapa de sua carreira acadêmica.

Segundo a pesquisadora, os próximos passos do trabalho é incluir as contribuições pontuadas durante a defesa pelos docentes e continuar desenvolvendo pesquisas sobre a temática, contribuindo, assim, com o desenvolvimento de talentos em Tecnologia da Informação.

A previsão é que o trabalho esteja disponível para consulta a partir do próximo mês no repositório da UFRN.