Projeto de professor do IMD ganha R$ 5 milhões para criação de empresa

Com aporte financeiro da Finep, iniciativa trabalha Inteligência Artificial para área da Saúde
17-01-2024 / ASCOM
Edital Empreendedorismo Inovação

Um projeto conduzido por um professor do Instituto Metrópole Digital (IMD) receberá um aporte de R$ 5 milhões para criação de um negócio de Inteligência Artificial (IA) para a área da Saúde. O projeto criou uma tecnologia capaz de acompanhar, de modo inteligente e automático, dados vitais e funcionais de pacientes, garantindo assessoramento médico por meio de Computação.

O projeto foi selecionado entre centenas de projetos brasileiros, inscritos no programa InovaDoc, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Com o resultado, o projeto se tornará empresa, cujo negócio deverá se associar, ainda neste ano, ao programa de incubação do Parque Tecnológico Metrópole Digital (Metrópole Parque).

Segundo o professor Itamir Barroca, docente do IMD que está à frente do projeto, uma vez criada, a empresa, que se chamará Healthcare Artificial Intelligence (HAI), deve investir no desenvolvimento de sua principal plataforma, a Central de Monitoramento Inteligente. A ferramenta deverá entregar monitoramento tanto de sinais vitais como de dados estratégicos para a instituição de saúde.

"A nossa pretensão com esse projeto é possibilitar o acompanhamento do estado do paciente sob uma ótica completa, inclusive verificando prontuários eletrônicos, exames e sinais vitais, para introduzir, nesse processo, os conceitos de IA e Aprendizado de Máquina", conta Itamir Barroca.

Para isso, a nova tecnologia será capaz de acompanhar sozinha todos os sinais vitais (como batimentos cardíacos e temperatura) do paciente e informar, por exemplo, qual é o custo despendido com aquele tratamento. Além disso, a Central também poderá sugerir, ela mesma, o seguimento de protocolos de Saúde de acordo com o quadro clínico da pessoa internada.

A nova empresa também aposta em IA Generativa, recurso difundido em todo o mundo graças a plataformas como o Chat GPT.

IA para Saúde

Segundo o docente, quando um paciente em situação crítica é internado na UTI de um hospital, normalmente o acompanhamento de seu estado é feito pelo registro instantâneo de sinais vitais, prontuário e por exames médicos – sem a perspectiva de se estimar a unificação desses resultados, por exemplo. A partir daí, tecnologias como IA e Aprendizado de Máquina surgem como diferenciais.

“Além de registrar todos os dados, a ideia aqui é adicionar inteligência artificial. Ou seja, a plataforma acompanha os sinais vitais do paciente e propõe, por exemplo, modos de tratamento, baseando-se em protocolos já consolidados na área da Saúde e possibilitando um atendimento personalizado. E isso tudo com acompanhamento e possibilidade de redução de custos para o hospital”, comenta Itamir Barroca.

Essa temática serviu de objeto de estudo de doutorado para Itamir Barroca, que constatou, em suas pesquisas, a falta de uma arquitetura de referência – fator indispensável para a criação de uma ferramenta inteligente como a Central. Além disso, os sistemas utilizados no contexto local não estavam interligados a protocolos de Saúde defendidos pelas autoridades.

O resultado desse trabalho foi a concepção tanto de uma arquitetura como de componentes de software que hoje compõem a Central, agora prestes a virar negócio, em março deste ano.

Para isso, segundo Barroca, os R$ 5 milhões garantidos pela Finep devem financiar o amadurecimento da plataforma e também a contratação de profissionais. A expectativa, segundo o docente, é que a HAI dê início à sua participação no mercado após seu primeiro ano de desenvolvimento.