Uma startup associada à incubadora do Parque Tecnológico Metrópole Digital (Metrópole Parque) criou uma Inteligência Artificial (IA) capaz de avaliar motos usadas com uma precisão 15% maior do que a de seres humanos. A tecnologia, que atualmente está em fase piloto, tem potencial para aumentar a produtividade e lucratividade do setor de motos seminovas.

A IA é de autoria da Pitom84 – startup potiguar que surgiu com uma missão específica: otimizar e facilitar a venda e revenda de motocicletas, visando cada vez mais a valorização do mercado brasileiro de motos seminovas, nicho que movimentou, em 2023, um total de 4,5 milhões de unidades vendidas, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Até o momento, a nova tecnologia tem sido uma grande facilitadora para a melhoria das avaliações das motos, demanda comum e cotidiana por parte de revendedoras e concessionárias. “As empresas desse ramo precisam da figura do avaliador. A IA se somaria a esse trabalho, identificando facilmente as avarias e melhorando a eficiência e eficácia”, comenta Rodolfo Dantas, diretor executivo da Pitom84.

Na prática, a IA funciona como um aplicativo. O usuário, que pode ser um vendedor de concessionária, por exemplo, acessa a ferramenta, produz fotos e recebe laudos automáticos, que consideram características como a má conservação de peças, desgaste de pneus, arranhões, entre outros.

Com o laudo em mãos, cuja precisão chega a 85%, o avaliador pode rapidamente emitir um parecer sobre o valor final da motocicleta.

Piloto

Até o momento, a ferramenta de IA está em fase piloto, já tendo sido aplicada junto a algumas empresas do segmento. A ideia é que, nos próximos meses, o aplicativo seja lançado oficialmente e disponibilizado para mais instituições do setor de comércio de motos em todo o Brasil.

Segundo Dantas, a ferramenta é inédita nesse segmento. “Podemos dizer que se trata de uma inovação a nível mundial. Temos conversas com montadoras de grande porte e que afirmam não conhecer nenhuma empresa que preste o serviço que fazemos hoje”, comenta o CEO.

Todo o desenvolvimento tecnológico é fruto tanto da atuação dos sócios – time composto por Eduardo Marques e Pedro Serquiz, além de Rodolfo Dantas – assim como de investimentos e da pesquisa de dados de mercado, realizada ao longo de anos.