O Instituto Metrópole Digital (IMD), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), prevê para 2025 a criação de duas novas turmas no programa de Residência em Tecnologia da Informação (TI), modelo de pós-graduação que combina capacitação acadêmica e atuação prática.

A parceria para criação de uma dessas turmas, com o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Rio Grande do Norte (IPERN), deve ser formalizada e abrir vagas ainda neste semestre, segundo a Diretoria de Projetos do IMD. A segunda, prevista para o segundo semestre, terá detalhes divulgados em breve.

Alternativa para profissionais que almejam prosseguir em sua formação superior em tecnologia e, ao mesmo tempo, atuar no mercado, as Residências em TI já renderam ao IMD 12 parcerias ao todo, algumas, inclusive, dispondo de trabalho remoto aos estudantes, que recebem o pagamento de bolsas mensais.

Hoje, o programa conta com 38 alunos matriculados, alocados em projetos com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN), Defensoria Pública do Estado do RN (DPE-RN), Tribunal de Contas do Estado do RN (TCE-RN) e Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).

Diferencial

De acordo com Jair Leite, diretor de projetos do IMD, “o principal diferencial das Residências é a combinação de formação, desenvolvimento tecnológico e inovação, o que, na prática, é unir ensino, pesquisa e extensão. Isso ocorre na forma de aprendizado baseado em projetos, no qual a organização preceptora define ações a serem desenvolvidas pelos residentes, com o apoio e orientação dos nossos professores”.

Os residentes recebem bolsas que já chegaram a R$ 4 mil e, ao concluir o programa, obtêm certificação de pós-graduação lato sensu. A concorrência tem sido alta: na última seleção, realizada em parceria com o TJAC, foram 95 inscritos para 12 vagas, com 49 candidatos realizando a prova – uma média de quatro por vaga.

Novas tecnologias

Já sob o ponto de vista da instituição que recebe os estudantes, um exemplo do impacto positivo das residências está no desenvolvimento de novas tecnologias. Com o TRE-RN, por exemplo, o programa já rendeu a criação de mais de 100 dashboards (painéis interativos com dados e métricas) aplicados em diferentes contextos – como gestão de pessoas, auditoria, administração e finanças.

Segundo Danilo Curvelo, professor do IMD e coordenador da Residência junto ao TRE, algumas dessas soluções com potencial de nacionalização já foram, inclusive, exportadas para outras regionais.

Baseadas em engenharia e análise de dados, as tecnologias beneficiam diferentes setores não apenas do órgão, mas também de toda a sociedade. Exemplo disso acontece com o software de Business Intelligence (BI) que reúne dados detalhados das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições municipais de 2024.

O projeto teve como objetivo aumentar a transparência e otimizar a gestão dos processos eleitorais e pode ser acessado por qualquer eleitor, no site oficial do TRE-RN.

Segundo Danilo Curvelo, todo esse trabalho de desenvolvimento é fruto da organização de produção semanal. “De segunda a quinta os residentes trabalham no TRE-RN no desenvolvimento de projetos com o intuito de inovar e melhorar os processos internos do órgão”, comenta o docente do IMD.

Fruto da Residência em TI, alguns painéis com dados públicos podem ser vistos neste link.