Equipe que venceu competição na Campus Party quer criar soluções para público feminino

Composto por mulheres, Equipe 13 propôs projeto de prevenção ao câncer de mama para mulheres jovens
21-05-2018 / ASCOM
Evento TI

Formada exclusivamente por mulheres apaixonadas por programação, a Equipe 13, como se autodenomina, ganhou recentemente o primeiro lugar na competição Hackaton Data4Good, no maior evento do Brasil na área de internet, tecnologia e cultural digital, a Campus Party, realizada em Natal no mês de abril. Formada em sua maioria por alunas do Instituto Metrópole Digital, a equipe tem planos de continuar atuando para criar soluções voltadas para o público feminino.

A competição realizada na Campus Party consistia em identificar um problema e propor uma solução realizável e, nesta edição, a área para isso era a de saúde. A escolha da Equipe 13 foi trabalhar a problemática do câncer de mama em mulheres abaixo dos 40 anos.

Projeto

O projeto delas envolvia ideias como a de divulgar dados sobre o câncer de mama também para esse público, ao contrário do que ocorre atualmente. Então, propuseram o uso de uma plataforma única para disseminar informações sobre a doença e que pudesse ser acessada por meio de QR Code, que constaria nas propagandas de rua feitas em campanha de conscientização.

“Também propusemos um treinamento para que os ginecologistas encaminhem para a mamografia, logo nos primeiros sintomas, mesmo as mulheres mais novas”, conta a estudante de Tecnologia da Informação (TI) do IMD Luara de Oliveira. Além dela, também fazem parte do grupo as também estudantes de TI Irene Giani e Sara Raquel, a psicóloga Flávia Viana e a estudante de Ciência da Computação Gabriela Cavalcanti.

Ideia

A ideia de atuar com o tema do câncer de mama surgiu depois que a pesquisa do grupo descobriu que 10% das mulheres diagnosticas com a doença estão abaixo dos 40 anos. “Somos todas mulheres, na casa dos 20 anos, e não sabíamos que o câncer de mama na nossa faixa etária é muito mais agressivo, a chance de morte é muito mais alta e o governo não divulga isso. Foi aí que pensamos: vamos trabalhar isso” explicou Luara de Oliveira.

A partir daí, as programadoras tiveram cerca de três dias para reunir dados e pensar em uma estratégia de solucionar esse problema e ter uma equipe composta apenas por mulheres auxiliou na escolha da abordagem. “Foi importante sermos um grupo só de mulheres porque conseguimos pensar melhor em como a gente se sentiria bem com uma propaganda ou produto relacionado a prevenção do câncer de mama”, lembra Irene Giani.

Hackaton

Em competições como o Hackaton, as soluções precisam ser alcançáveis, a equipe é avaliada através do que elas entregam no último dia e, mesmo que não concluam o trabalho, devem entregar pelos menos indicativos ou protótipos, o que, nesse caso, veio com a criação de estratégias de divulgação mais dinâmicas de prevenção do câncer de mama.

A unanimidade da equipe se disse surpresa com a vitória em primeiro lugar. Segundo elas, estar ali e aprender era o que todas estavam buscando, mas o que levaram para casa foi muito maior do que o prêmio.

“Foi legal, porque foi um momento que falamos para todos ali: “a gente existe”. Na hora do prêmio, várias mulheres começaram a aparecer e foram se levantando para aplaudir e pudemos ver a quantidade de mulheres no evento, meninas que não tínhamos visto”, diz Gabriela Cavalcanti.

A Equipe 13 era a única no evento formada apenas por mulheres, o que se mostrou importante frente a um contexto de predomínio numérico masculino, já que na área da programação os homens ocupam 86% das vagas no mercado de trabalho, segundo dados divulgado pela própria Campus Party.

PyLadies

Apesar de terem criado a equipe para a Campus Party, as mulheres se conheceram em um coletivo internacional chamado PyLadies, que reúne desenvolvedoras que são apaixonadas por uma linguagem de programação específica, chamada Python, da qual Gabriela Cavalcante é uma das líderes em Natal.

Segundo Gabriela, o grupo está aberto para meninas que gostam de programação, independente que sejam da universidade ou não, até mesmo se sabem programar em Python ou não, pois mensalmente são realizados workshops e encontros presenciais.

Para saber mais sobre o Pyladies, veja o link