Em palestra, ex-aluno da UFRN fala como é trabalhar nas três maiores empresas de TI do mundo
Engenheiro de computação atuou na Microsoft, Facebook e Google. Palestra aconteceu na sede do IMD
21-02-2020 / ASCOM
Contribuindo para a prospecção de cases de sucesso em tecnologia, o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) foi palco, na tarde de ontem (20), de palestra ministrada pelo ex-aluno da UFRN Wedson Torres, engenheiro de computação que teve experiências profissionais com as três maiores empresas de tecnologia do mundo: Microsoft, Facebook e Google.
Intitulada “O que Aprendi com a Microsoft, Facebook e Google”, a palestra – que teve início às 17h e aconteceu no auditório do IMD – apresentou uma série de informações sobre o trabalho nessas grandes corporações, abrangendo temas como carreira, indústria de desenvolvimento de softwares, seleções e aprendizados profissionais.
A apresentação, aberta ao público externo, contou com a participação de estudantes de graduação em Tecnologia da Informação (TI) e de outras áreas, professores da UFRN e empreendedores do Parque Tecnológico Metrópole Digital.
Apresentação
Ao dar início à apresentação, o diretor do IMD, professor Ivonildo Rêgo, agradeceu a Wedson Torres sua disponibilidade em partilhar suas experiências e enfatizou a preocupação do Instituto em compartilhar cases de sucesso de estudantes do IMD e da UFRN de modo geral. “Estamos sempre buscando trazer alunos para contar suas histórias bem-sucedidas, de modo encorajar mais pessoas a fazer o mesmo”, pontuou o diretor.
Wedson Torres formou-se na terceira turma de Engenharia de Computação da UFRN, em 2001, e, após participar de um teste online que certificava conhecimentos específicos em tecnologia, recebeu um convite para participar de uma seleção de emprego da Microsoft.
“No início, eu achava que era algum tipo de brincadeira dos meus amigos e, ainda que eu quisesse aceitar o convite, não poderia, pois faltavam ainda dois anos para me formar. No entanto, após esse período, recebi um novo e-mail da mesma pessoa da empresa, confirmando que o convite ainda estava de pé”, conta o ex-aluno.
Na época morando em Belo Horizonte (MG) e atuando como bolsista no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Wedson Torres passou pelo processo de seleção e logo se mudou para Seattle (EUA) para atuar como engenheiro da Microsoft.
Após essa experiência, que durou pouco mais de oito anos, o ex-aluno se inscreveu para uma nova seleção, dessa vez para trabalhar no Facebook, empresa onde permaneceu por dois anos e meio até ser contratado pelo Google.
“O Facebook era o oposto da Microsoft. Enquanto esta era repleta de processos burocráticos, o Facebook era marcado pela liberalidade, com procedimentos e criações bem mais flexíveis e orgânicas”, comenta Wedson Torres.
Aprendizados
Atuando no Google de Londres há seis anos e meio, o engenheiro contou que essas três experiências profissionais lhe renderam uma série de aprendizados.
“Na Microsoft, passei um bom tempo trabalhando na criação de códigos para hardware e no Facebook atuei frente a projetos específicos. Já na Google, pude fazer um mestrado profissional em Oxford, com tema ‘Raciocínio Formal em Código de Máquina’”, conta Wedson Torres.
Quanto ao processo industrial das maiores empresas de tecnologia do mundo, Wedson Torres relatou que pôde constatar uma série de evoluções, como as mudanças proporcionadas pelos avanços em TI testemunhados em todo o mundo.
“Antes essas instituições atuavam unicamente na venda de softwares. Depois, as atenções voltaram-se também para a venda de anúncios e mensalidades, logo seguindo para o desenvolvimento de tecnologias mobile”, relata o engenheiro.
Mão de obra
A apresentação seguiu com a abordagem do tema mão-de-obra. Sobre este assunto, Torres relatou que, diferente da realidade de muitos mercados brasileiros, a indústria de tecnologia demanda muitos recursos humanos qualificados.
“Existem muitas vagas de emprego, mas essas empresas buscam contratar apenas os mais bem qualificados. Assim, se posso dar uma dica para os que têm interesse em trabalhar nessas instituições, é atentar-se aos detalhes e aos conhecimentos básicos. Em entrevistas de emprego, esse tipo de conteúdo é bastante cobrado”, aconselha ele.
Ainda sobre o tema, o engenheiro também falou sobre tipos de cargo, evolução de carreira, remuneração e rotina de trabalho.
“Uma curiosidade é que antes eu pensava que todas essas instituições tinham uma cultura semelhante. Me enganei: cada empresa conta com uma cultura bastante específica”, comenta o ex-aluno, que, neste momento, lembrou das diferenças comportamentais dos colaboradores da Microsoft e do Facebook.
O ex-aluno também comentou sobre as expectativas dessas corporações sobre seus colaboradores: “Existem progressões e constantes avaliações de desempenho. Cada um recebe feedbacks sobre como ‘atende expectativas’, ‘não atende’ e até ‘redefine expectativas’, avaliação máxima que alguém pode receber”.
Por fim, a palestra também mostrou como funcionam as seleções para essas empresas, além de abordar questões como a importância da liderança no trabalho e curiosidades sobre como conciliar a vida profissional e pessoal. Ao final da apresentação, os participantes tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e compartilhar impressões sobre o mercado de tecnologia.