Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) realizará, no dia 08 de março, em sua 3ª edição do Cine Metrópole, uma série de debates sobre o tema "Mulheres na TI: reflexões sobre gênero e questões raciais”. Na ocasião, será discutido o filme “Estrelas Além do Tempo”, obra indicada ao Oscar que retrata o papel feminino dentro do contexto científico aeroespacial americano.

Aberto a toda a comunidade acadêmica, o evento, que acontecerá às 19h, será realizado por meio do canal do IMD no YouTube. Organizado pelo Setor Pedagógico do Instituto, o Cine Metrópole é uma iniciativa que promove reflexões, mediadas por docentes e convidados, sobre diferentes assuntos relacionados à formação acadêmica do IMD.

Para esta edição, o Cine contará com a participação de Aldren Flores, publicitária e gestora de projetos no PretaLab, Amanda Domingos, bacharela em TI e desenvolvedora na empresa Dextra, e Isabel Dillmann, doutora em Ciência da Computação e professora do Instituto.

As inscrições serão feitas durante o evento e os certificados de participação podem ser solicitados por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). Não haverá a reprodução do filme durante a live.

Ministrantes

Isabel Dillmann é bacharela, mestre e doutora em Ciência da Computação, professora de graduação e pós-graduação no IMD e participante, por mais de um ano, do projeto de extensão “Mulheres em TI: Representatividade como Ferramenta para Desconstruir o Estereótipo de Gênero''.

Já Amanda Domingos é bacharela em TI, mestre em educação e doutoranda em engenharia elétrica. Atualmente, Domingos trabalha como desenvolvedora na empresa Dextra, onde participa do grupo “Agora são ELAS no JAVA”, que busca aprimorar habilidades técnicas e contribuir para a contratação de mulheres em empresas de software.

Por sua vez, Aldren Flores, formada em Marketing pela FADERGS, atualmente é cofundadora da empresa +AFRO e gestora de projetos no PretaLab – iniciativa da organização social Olabi com foco no estímulo da inclusão de mulheres negras e indígenas no universo das novas tecnologias.

Estigma

Apesar da história de “Estrelas Além do Tempo” se passar na década de 60, o estigma relativo às mulheres na tecnologia ainda gera discriminação nos dias de hoje. De acordo com a professora Isabel Dillmann, que conta já ter sido discriminada por conta do gênero, a disparidade de profissionais ainda é alta. Dos 45 alunos de graduação da disciplina que administra, apenas cinco são mulheres.

“O projeto de extensão do qual participo é voltado para o ensino médio, justamente para incentivar as meninas a percorrer nesta área, para que possam se sentir menos intimidadas e ter voz nesse campo profissional’’, reforça Dillmann.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), dos 1,6 mil engenheiros da computação formados em 2010, apenas 161 eram mulheres e, conforme o Centro de Inovação e Talento, 77% das mulheres negras em empresas de alta tecnologia afirmam que precisam provar sua competência.

“Ainda estamos longe de diminuir essa porcentagem. Estamos construindo esse caminho com muita dificuldade”, relata Aldren Flores, segundo a qual muitas empresas têm o desejo de fortalecer este movimento, mas poucas possuem orçamento.

“O caminho que a PretaLab encontrou foi o de criar um espaço de capacitação tanto técnica quanto pessoal, para que mulheres negras vejam a tecnologia como opção profissional possível” acrescenta Flores.

“Estrelas Além do Tempo”

Detentor de 11 prêmios, o filme “Estrelas Além do Tempo” apresenta a história de uma equipe de cientistas da NASA formada exclusivamente por mulheres afro-americanas.

No auge da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria, o grupo feminino provou ser o elemento crucial para a vitória dos EUA, liderando uma das maiores operações tecnológicas registradas na história americana.

A obra hoje está disponível nas plataformas Telecine e Google Play Filmes.