O que Inteligência Artificial tem a oferecer à indústria potiguar
Interjato Soluções conta como essa tecnologia tem inovado o setor produtivo do RN de todo o Brasil
10-09-2021 / ASCOM
Se você deseja criar ou já comanda uma empresa, saiba que a Inteligência Artificial (IA) pode não apenas ajudar (e muito) sua rotina de trabalho, mas ser um dos principais pilares de inovação de todo o seu negócio.
Isso porque, se antes a IA era vista como uma tecnologia "futurista", hoje é uma realidade que tem inovado todo o setor produtivo brasileiro, alcançando áreas como Saúde, Indústria Fabril, Transportes e Segurança.
Para saber mais sobre esse assunto e descobrir como a IA tem inovado a indústria potiguar (e de outros locais), nossa equipe entrevistou Aloísio Lemos, analista de marketing da Interjato Soluções – empresa vinculada ao Parque Tecnológico Metrópole Digital que hoje oferece serviços de IA na área de segurança pública.
Confira agora a entrevista na íntegra com o analista de marketing.
1 - Quais são as principais funcionalidades que a IA oferece ao mercado atualmente?
Aloísio Lemos: O principal objetivo dos sistemas de IA é executar funções marcadas por repetições ou aplicar regras lógicas a um conjunto de dados disponíveis – atividades que são consideradas "inteligentes" caso um ser humano as execute. Hoje, o termo ou conceito é muito amplo e pode ser aplicado em inúmeros segmentos e mercados, como varejo, financeiro, segurança, transportes, agronegócio, entre outros. Mas falando das funcionalidades de IA dentro do nosso negócio, essa tecnologia é aplicada na área de segurança pública, graças a sistemas de videomonitoramento inteligente. Utilizamos algoritmos de aprendizado contínuos capazes de identificar pessoas, rostos, veículos, temperatura, cor da roupa, comportamentos suspeitos, posição de coação (tentativa de assalto), utilização ou não de EPI´S, entre outros aspectos. Assim, nesse segmento de segurança, uma atividade comum e cansativa acaba sendo facilitada pelo uso de analíticos de vídeo munidos de IA, que distinguem, por exemplo, animais de seres humanos e diminuem em até 99% os falsos alertas gerados por sensores de infravermelhos instalados em áreas com perímetro restrito.
2 - A polícia daqui de Natal já utiliza esses recursos de IA? Que tipo de organizações já usam IA na cidade?
Aloísio Lemos: O cenário da segurança em todo Brasil vem sendo modificado em uma velocidade significativa graças ao uso de tecnologias de reconhecimento facial, por exemplo. Esses recursos são utilizados na identificação de pessoas procuradas pela polícia ou desaparecidas, ou até mesmo na busca por carros furtados ou roubados. Cria-se, assim, um verdadeiro cercamento eletrônico, que garante a segurança para a população. Devido ao regimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não posso passar mais detalhes ou confirmar quais tecnologias são utilizadas para a segurança da nossa cidade.
3 - Na sua opinião, as tecnologias de IA são mais valorizadas fora do Estado?
Aloísio Lemos: Como comentei acima, as cidades vêm aplicando de forma congruente estas tecnologias. Estados como Bahia, Paraíba e Pernambuco já usam tecnologias com IA e, no Rio Grande do Norte não é diferente. O desenvolvimento dessas tecnologias, afirmo, é mais forte no Sul e Sudeste, porém, no Nordeste, as aplicações estão sendo desenvolvidas com grande efetividade.
4 - Quanto custa, em média, um serviço de IA?
Aloísio Lemos: Falar de valores é sempre desafiador, pois tudo depende do cenário. Um exemplo clássico é a tecnologia de identificação automática de comportamentos humanos. Hoje mesmo estamos implantando esse mecanismo junto a uma grande varejista do Nordeste, mas, nesse cenário especificamente, será necessário criarmos um analítico específico, o que acaba impactando no valor final dessa solução. Ou seja, o valor do serviço varia de acordo com cada projeto. Além disso, um outro fator que influencia no preço é o simples fato da IA ser uma tecnologia que aprende por repetição, assim como nós seres humanos. Quem nunca foi pego de surpresa com o Google Assistente sendo acionado inesperadamente? Eu mesmo já tomei inúmeros sustos (risos), mas isso acontece porque a tecnologia ainda está aprendendo a reconhecer a minha forma de falar e esses “sustos” tendem a diminuir. Tudo isso consome tempo e – por apresentar esse nível de complexidade – dinheiro de quem lança mão da IA.
5 - Existe uma segurança bem sedimentada a ponto das empresas poderem confiar 100% nessas tecnologias?
Aloísio Lemos: A IA vem sendo aplicada em vários cenários, como comentei. Mas tanto no segmento de segurança como em qualquer outro, é impossível que ela consiga ser 100% confiável. Um exemplo clássico disso é o reconhecimento facial, que, para atingir eficácia máxima, a câmera tem que ter, no mínimo, 40 pixels na imagem capturada. Ainda assim, hoje existem tecnologias que chegam a 99% de precisão, porque 1% equivale à checagem humana. Mesmo assim, é um grau de assertividade muito elevado e parece até coisa de filme (risos).
6 - Quais os principais impactos da nova LGPD no uso da IA? Vocês precisaram fazer alguma adaptação em virtude dessa nova legislação?
Aloísio Lemos: Não vamos precisar fazer adaptações diretamente no segmento de segurança, mas, sim, no cuidado com os dados de nossos clientes, atuais ou futuros, apesar de que essas informações, na Interjato, já eram restritas. Com esta nova lei, fechamos ainda mais o cerco. Também passamos por um processo de certificação da ISO 20.000, que engloba documentos comprobatórios para a garantia da segurança dos dados dos nossos clientes. De todo modo, a LGPD, segundo o seu artigo 4º, não se aplica ao tratamento de dados pessoais ligados aos casos de segurança pública, defesa nacional, segurança do estado ou atividades de investigação e repressão de infrações penais.
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