O Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais (PPgITE), do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), realizou na última sexta-feira (8) a Aula Inaugural para recepcionar seus 33 novos alunos de mestrado. Neste ano, a solenidade contou com a palestra “Inovações na Educação para formar inovadores”, ministrada pela professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) Roseli de Deus Lopes.  

O evento teve também a presença do reitor da UFRN, José Daniel Diniz, do diretor geral do IMD, Ivonildo Rêgo, do coordenador do PPgITE, Dennys Leite e do pró-reitor de pós-graduação, Rubens Maribondo do Nascimento. Na abertura da cerimônia, o coordenador do programa, Dennys Leite, relembrou algumas atividades realizadas pelo PPgITE desde a sua primeira turma, em 2017. Além disso, frisou a importância da palestra da professora Roseli Lopes e da realização da aula inaugural novamente em formato presencial.     

Todos os anos, o PPgITE realiza uma aula inaugural e traz convidados para debater temas relevantes para área, que proporcionem interesse e gerem reflexões acerca de cenários que compõem aspectos da formação acadêmica do programa.      

Expansão

Rubens Maribondo do Nascimento, pró-reitor de pós-graduação da UFRN, comentou sobre a relevância do PPgITE para a Universidade e sobre a possível expansão do programa de pós-graduação, com a adição do doutorado em inovação em tecnologias educacionais. “Queremos, até agosto, submeter uma proposta de doutorado. Dado o sucesso e consolidação que atingimos com o mestrado profissional”.          

Já o diretor geral do IMD, em mensagem de boas-vindas aos estudantes, discorreu a respeito da atuação do Instituto para criação de um polo tecnológico no estado e sobre a importância da formação universitária para isso. “O mestrado em inovação em tecnologias educacionais mostra que a educação tem centralidade no Instituto”, afirmou Ivonildo Rêgo.     

O reitor da UFRN, Daniel Diniz, enxerga o programa com grande entusiasmo e apontou, durante sua exposição, que é “fundamental para a universidade poder compartilhar processos inovadores em educação”, pois se trata de uma ação que beneficia tanto o setor público como o privado, além da sociedade como um todo.   

Diálogo

Presente virtualmente, Roseli de Deus Lopes, professora da USP, começou sua explanação afirmando não se tratar de uma palestra formal, mas sim de um diálogo inicial sobre a importância de pesquisas de inovação na área de educação.

Com formação em Engenharia Elétrica, relatou que no seu período de graduação via com incômodo o fato de, dentro da universidade, desenvolver produtos avançados e, ao sair, não encontrar essas possibilidades nas indústrias e nas escolas. “Não adianta a gente trabalhar só no ensino superior e nas diversas áreas separadamente. É muito importante a gente trabalhar com áreas interdisciplinares”, destacou.

A professora também falou a respeito da importância da inovação estar em buscar entender quais são as necessidades do mundo contemporâneo, para sejam desenvolvidas soluções realmente necessárias. “Fizemos muitas coisas no passado, mas ao acessar o mundo real vimos a necessidade de aprofundar entendimentos em outras áreas, como a pedagogia”.

Ambientes

Para ela, o grande desafio não está no desenvolvimento de tecnologias, mas sim na compreensão dos ambientes. "Como podemos pensar em ambientes mais inspiradores e em experiências de aprendizagem mais efetivas? E como podemos usar as tecnologias para ampliar as possibilidades?”, disse a docente para, em seguida, apontar esses questionamentos como centrais para a inovação.

Em conversa com os alunos do PPgITE, Roseli Lopes ressaltou a importância da pesquisa de iniciação científica e de colocar isso em prática no ambiente educacional dos mestrandos. Como exemplo, apresentou a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), onde atua como coordenadora geral. 

A feira é um programa de talentos que estimula a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil. “Ela mostra que é possível trabalhar na educação básica com os métodos que a gente tem na pesquisa acadêmica”, defendeu ela.