A atuação de uma das turmas da Residência em Tecnologia da Informação (TI) do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) foi reconhecida como o primeiro case de inovação do Judiciário Trabalhista brasileiro registrado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – instituição com 38 países membros que fomenta o progresso econômico e o comércio mundial.

Com um trabalho realizado ao longo dos últimos 18 meses junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), os 12 residentes, bem como os servidores da área de TI do TST, tiveram o projeto desenvolvido registrado no Observatório de Inovação do Setor Público da OCDE. Eles desempenharam uma série de atividades que garantiram ao órgão de Justiça inovar não apenas no desenvolvimento de soluções tecnológicas, mas também humanizar todo o processo, incorporando para isso metodologias como Design Thinking, User Experience (UX) e Design Sprint.

“Não se tratou apenas da criação de um produto ou serviço, mas de uma mudança organizacional profunda de um ente público que decide sistematizar sua escuta da sociedade e chamá-la a contribuir para construção de soluções que atendam suas necessidades. Abrimos espaço para um diálogo produtivo com a academia”, comenta José Flávio Albernaz, coordenador de apoio à governança e gestão de TI do TST.

Marco importante

Segundo a professora do IMD que coordenou a turma de residentes junto ao TST, Iris Pimenta, a publicação da OCDE representa um marco importante tanto para o Instituto como para o órgão de Justiça. O feito também foi comentado, durante sessão oficial nesta segunda-feira (11), pelo ministro presidente do Tribunal, Lelio Bentes Corrêa, que o citou como fruto de uma “iniciativa valorosa e um trabalho conduzido com extrema competência”.

O principal objetivo do trabalho foi apresentar ao TST um modelo de inovação voltado para o setor público, além de permitir que a academia estivesse em contato com problemas reais da instituição. E um dos resultados dessa parceria foi a criação do sistema Potius, solução que possibilita a qualquer advogado com processos transitados no TST acompanhar, a distância, sessões de julgamento.

Entre suas funcionalidades, a ferramenta permite ao usuário ter acesso a informações de ordenação, pedidos de preferência e de status, além da opção de favoritar processos para acompanhamento dinâmico.

Todo o projeto desempenhado durante a parceria rendeu, inclusive, um reconhecimento da liderança feminina da professora Iris Pimenta, que recebeu medalha comemorativa pelos 80 anos da Consolidação das Leis do Trabalho durante workshop em Brasília que marcou o encerramento da turma de residência.

Junto à OCDE, esse estudo é o 28º case de inovação da Administração Pública Federal brasileira a ser publicado, além do 60º trabalho brasileiro na lista geral.

Iniciado em julho do ano passado, o trabalho da Residência em TI junto ao Tribunal também promoveu uma série de avanços no TST no quesito de inclusão e representatividade de usuários – como quando foram consultados advogados externos (um deles com deficiência visual) para a concepção de ferramentas tecnológicas para esse público.

Mais informações podem ser consultadas no site da OCDE.