O professor Leonardo Bezerra, do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), foi convidado para integrar um projeto financiado pela agência britânica de fomento UK Research and Innovation (UKRI), voltado à temática da Inteligência Artificial Responsável – que abrange discussões sobre ética, transparência, equidade e segurança na aplicação de algoritmos de IA.

Recebendo investimentos na ordem de 3,5 milhões de libras, o trabalho foi um dos três selecionados pela UKRI, entre cerca de 100 concorrentes. O professor Leonardo Bezerra, que atualmente é integrado ao corpo docente da Universidade de Stirling (Escócia), foi convidado por um consórcio de sete instituições de ensino – liderado pela Universidade de Glasgow – a integrar a formulação dessa proposta vencedora.

Intitulado "Workbenches e Metodologias para a Auditoria Participativa de Dano", o trabalho tem como principal objetivo incluir pessoas-chave da sociedade no processo de auditoria de aplicações de IA – espécie de “verificação comunitária” que ajuda a avaliar e mitigar potenciais danos causados pelo uso de inteligências artificiais ao redor do mundo.

A participação de Leonardo Bezerra se dará principalmente na área de engenharia de algoritmos, tomada de decisão e otimização multicritério, além de contribuir para o desenvolvimento de treinamentos e certificações para diversos públicos.

Além de Bezerra, o trabalho de formulação do projeto contou com a colaboração de outros 24 docentes de diversas áreas, como Tecnologia da Informação (TI), Psicologia, Direito, Humanidades e Ciências Sociais.

Expectativas

Segundo Leonardo Bezerra, com as ferramentas e treinamentos desenvolvidos pelo projeto, a expectativa dos acadêmicos é aumentar consideravelmente a compreensão sobre IA responsável no Reino Unido e estabelecer relações com outros países, como os Estados Unidos, Japão, Brasil e nações da União Europeia.

Em sua execução, o projeto envolve sete universidades do Reino Unido, além de 23 instituições parceiras externas, do setor público e privado.

Leonardo Bezerra destaca que esse projeto é apenas o início de uma pesquisa global, que visa promover tecnologias responsáveis, transparentes, neutras em carbono e centradas no ser humano. Sua participação nesse projeto reflete seu compromisso em contribuir para um futuro onde a tecnologia seja utilizada de maneira responsável e benéfica para a sociedade.

”Este projeto é apenas a porta de entrada para uma pesquisa que é necessariamente global e que é muito mais abrangente do que apenas IA. É o que pretendo trilhar pelos próximos 20 anos, com o objetivo que a sociedade compreenda e requeira que a tecnologia seja justa, auditável e inclusiva”, conta o docente.