Aeronave de Defesa Social marca primeiro pedido de patente do Smart Metropolis
Projeto conta com uma série de registros de software e avança para sua segunda fase institucional
21-08-2020 / ASCOM
Projeto especializado em soluções tecnológicas aplicadas no contexto de cidades inteligentes, o Smart Metropolis, iniciativa do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), comemora um marco de sua história: seu primeiro pedido para registro de patente, emitido nessa última semana.
A tecnologia, denominada Aeronave de Defesa Social (AEDES) e que começou a ser desenvolvida em 2019, teve seu depósito registrado oficialmente no dia 10 de agosto e, segundo o professor Frederico Lopes, coordenador do Smart Metropolis, representa o início de uma série de registros de outras patentes que estão por vir.
“É uma vitória para nós. Poucos projetos dento da universidade conseguem instigar a esse ponto de fazer depósito de patentes, isto é, gerar uma inovação a tal ponto de valer a pena patenteá-la”, exalta Lopes.
A tecnologia consiste em uma aeronave robô, no formato de drone, cujo intuito é o de escoltar qualquer um que se sinta em risco ao caminhar pelo campus universitário. Para isso, a máquina é acionada por smartphone e, em até três minutos, se desloca até o local do usuário e orbita a região, emitindo luzes e sons para evitar a ocorrência de delitos, além de registrar em vídeo e em tempo real o usuário da tecnologia.
Projeto
A invenção, denominada Aeronave de Defesa Social (AEDES), é fruto de um trabalho desenvolvido originalmente em uma disciplina do curso de Design da UFRN. O propósito era desenvolver uma tecnologia que auxiliasse na segurança do campus universitário. Surgia, então, a primeira ideia do projeto.
“Apresentamos o trabalho no Fórum de Pesquisa e Inovação (FOPI) e lá fomos premiados como melhor iniciativa por dois anos consecutivos. O projeto também foi reconhecido pelo Ministério da Defesa e desde então foi ganhando maturidade, até que o Smart Metropolis, percebendo o poder disruptivo do AEDES, adotou a iniciativa”, conta o professor Dino Lincoln Santos, docente do Departamento de Design da UFRN.
Mas a inovação da tecnologia reside não apenas em sua usabilidade: a própria precificação da aeronave consiste em um diferencial importante. Segundo Dino Licoln Santos, os drones que existem hoje no mercado seguem dois parâmetros, um para uso comercial – com custo entre R$ 2,5 mil a R$ 20 mil – e outro para uso militar, com valores que chegam a ultrapassar a marca de milhões de dólares.
“Nossa ideia é oferecer uma alternativa intermediária, então começamos a projetar uma nova categoria, com custo próximo ao de um drone doméstico mas que oferecesse um serviço similar ao de um drone miliar”, explica o professor.
Além disso, o AEDES também apresenta uma série de funcionalidades inovadoras, como conseguir decolar e pousar na vertical – descartando a necessidade de pistas de pouso – e realizar voo na horizontal, como um avião.
Segundo Santos, a ideia é que todo o desenvolvimento científico inerente à nova patente seja futuramente utilizado pela indústria, dado o seu potencial na promoção da segurança não apenas dentro das universidades, mas em qualquer tipo de área geográfica, o que pode contribuir para a criação de um negócio promissor. No campus universitário, a previsão é que o AEDES seja utilizado já no próximo ano.
Softwares
Além da nova patente, o Smart Metropolis conta com uma série de registros de softwares e de marca – procedimentos que, junto à Agência de Inovação (AGIR/UFRN) – garantem os direitos às soluções desenvolvidas em âmbito universitário.
Segundo Frederico Lopes, o Smart reúne hoje três softwares devidamente registrados, quatro em processo e um registro de marca.
Dentre uma série de soluções voltadas às áreas de segurança, otimização de energia e utilidade pública, destaca-se o Tô de Olho, solução que recebeu, este ano, visibilidade nacional dada sua utilidade frente ao combate da pandemia de Covid-19. A tecnologia registra dados de isolamento social, índices de casos confirmados e ainda serve de canal de denúncia contra aglomerações sociais em todo o estado.
Além dele, outra tecnologia de destaque é o Sistema Integrado de Gestão de Ocorrências (SIGOc), ferramenta que há anos vem sendo utilizada pelo departamento de segurança do Campus e que auxilia o gerenciamento digital de ocorrências por meio de aplicativos.
Patente
Segundo Frederico Lopes, a equipe do Smart Metropolis, quando instituída, ainda não tinha planos para a criação de patentes.
“Como é algo muito ambicioso, não havíamos colocado como meta a geração de patentes. Mas aconteceu e a gente trabalhou muito fortemente para o desenvolvimento de novas soluções, prova disso são os nossos diversos registros de software”, comenta Lopes.
Hoje, em virtude da dinamicidade do AEDES e de outras iniciativas científicas – especialmente na área de segurança pública –, o Smart conta com planos para oficializar mais pedidos de registros de patentes e de softwares, que devem iniciar processos nos próximos meses junto à AGIR.
A iniciativa também está iniciando uma nova fase institucional – o Smart Metropolis 2.0 – no qual a equipe de docentes, estudantes e demais colaboradores se engajarão para dar continuidade a pesquisas e começar outras, “pois já começamos essa segunda etapa mais maduros, sabendo onde queremos chegar e com objetivos muito claros”, garante Frederico Lopes.